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Sobre Antonio Miranda
 
 


 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Biografia e foto: https://www.portaldosjornalistas.com.br/

 

FRANCISCO BOSCO

( Rio de Janeiro – Brasil )

 

Francisco Bosco nasceu no Rio de Janeiro (RJ), em 1976. Filho do cantor e compositor João Bosco e da artista plástica Angela Bosco, é mestre e doutor em Teoria Literária pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (Ufrj), com tese sobre Roland Barthes.

Foi colunista da revista Cult entre 2006 e 2010. Foi coordenador da rádio Batuta, do Instituto Moreira Salles, e membro da comissão editorial da revista Serrote.

Dentre os seus livros estão Banalogias (Objetiva, 2007) e E livre seja este infortúnio (Azougue, 2010). Sua obra mais recente, Alta ajuda (Foz, 2012), reúne 35 ensaios publicados desde 2010 no jornal O Globo e nas revistas Trip e Cult. Neles o autor compara seus textos a partidas de futebol de salão e reflete com perspicácia sobre o amor, o sexo, a inveja e a insônia, trazendo um olhar filosófico para temas extraídos do dia-a-dia.

Publicou também Dorival Caymmi (Publifolha, 2006), Da amizade (7 Letras, 2003) e Antonio Risério (Org., Azougue, 2008).

Poeta, letrista, filósofo e escritor, é colunista do jornal O Globo.

 

 

ROTEIRO DA POESIA BRASILEIRA: ANOS 90.  Seleção e
prefácio Paulo Ferraz; direção Edla van Steen.  São Paulo:
Global, 2011.  (Coleção Roteiro da Poesia Brasileira)
ISBN 978-85-260-1156-4                
Ex. bibl. Salomão Sousa

AS LÍNGUAS ESTRANGEIRAS

1. O que mais irrita o aprendizado de uma língua estrangeira

2. (e alguma vez conclui-se um tal aprendizado):

3. procurar a mesma palavra dezenas de vezes no dicionário.

4. A poesia é uma língua estrangeira dentro da língua estrangeira:

5. o poema ativa as margens da palavra, seus ecos, ressonâncias

6. — a poesia é a periferia da língua

7.  (e das línguas estrangeiras costuma-se apenas conhecer o centro)

8. Só os falantes conhecem a periferia da língua. Assim como só seus
habitantes, a da cidade.

9. Um leitor à distância, não falante, por mais estudioso, dificilmente
ultrapassará a epiderme da língua:

10. Como um turista, por mais tempo que passe, a da cidade.

11. A periferia da língua é sua zona de maior intimidade.

                                                              Da amizade (2003)


A FALA

1. O escritor — a grande maioria — é um ser áfalo.

2. O escritor engoliu o silêncio dos livros:

3. não sabe falar — escreve pelas bocas.

4. Falar exige o corpo inteiro, é uma linguagem do corpo.

5. Mesmo quando se está sentado, fala-se de pé — andando.

6. Ao contrário, não se escreve de pé; quando muito pensa-se
de pé, como queria Nietzsche.

7. Escrever é perder o corpo. Para a página.

8. Em uma mesa de escritores não se costuma ouvir piadas
(ouvem-se ironia, chistes, gozações), embora não lhes falte
humor e saibam várias:

9. a piada é o gênio da fala.

10. O avesso do escritor: o apresentador de programas de auditório.

11. Dize-me como calas, que te direi as escreves.

12. Para o escritor a fala é uma língua estrangeira, onde nunca está
à vontade, mas em desajeitada performance.

Ididem.

 

Um pensamento deve ter convicção e dúvida. A dúvida alarga, a
convicção erige; aquela é o eixo horizontal, esta, o eixo vertical.
A propósito, uma fórmula: a convicção é igual à certeza menos a verdade (c = C – V).

 

                                                                        Ibidem


GARAMOND

Primeiro na tela da mente:
seus deletes sem tecla,

filme cabeça, legendas
boiando sobre nada.

Depois no papel pautado,
à caneta Bic azul, com letra

imperfeita, suja de mão,
e intrincadas rasuras.

Daí passar a limpo, mero
artesão, olhos de régua, a mão

contra a mão, o alheamento
no rumor da página.

Por fim, imprimir, com tipo
Garamond, em cuja distância

típica de habitantes de livros,
lavamos as mãos. 

 

                                  Ibidem

 


*

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Página publicada em junho de 2022


 

 

 
 
 
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